Solidez, solitude e sol no céu azul

Isabela Lobato
2 min readJun 6, 2021

Minhas saudades são sólidas, e eu as encontro por todo lugar. Hoje andei por um lugar novo pra mim, e, pra minha surpresa, encontrei várias lá. Nunca antes tinha pisado no interior dessa superquadra em Brasília, naquele parquinho e visto aqueles jardins. Nunca tinha olhado aquelas janelas e os pilotis dos prédios (apesar de já ter visto vários parecidos — assim é Brasília) mas, ali, senti uma enorme saudade de um monte de coisa que nunca aconteceu. É, o Neymar nem sabia que enquanto fazia um flerte podre, estava sintetizando a nova era: saudade do que a gente não viveu.
Minhas saudades são sólidas, e hoje tiveram o formato de um encontro casual, um abraço em uma amiga por entre árvores, beber água da garrafinha no meio do calor da tarde e tirar coisas da mochila. Uma mochila preparada pra um dia inteiro, com muitas fases, fora de casa.
Minhas saudades são sólidas e não podem ser uma mensagem de whatsapp. Elas são um sussurro inegável, uma coisa que te faz prestar atenção na conversa porque não é qualquer um que vai entender. O curioso é que um sussurro numa sala cheia chama tanta atenção quanto outros jeitos de falar. Ele só se faz mais especial pelo gosto de fazer.
Capturo-as no ar, respiro fundo e foco: hoje vou tentar ficar contente e não pensar só nas enormes faltas.

Falha no projeto: escrevi um texto sobre saudade.

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